sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

BILLBOARD ENTREVISTA SCOOTER BRAUN

A noite de sábado do AMA diz tudo: Há um novo Justin na área.
Justin Bieber, um garoto de apenas 16 anos, ganhou 4 prêmios (todos por votos de fãs), incluindo artista do ano e também álbum do ano, com My World 2.0. Ele também foi nominado por Barbara Walter entre “As 10 pessoas mais fascinantes de 2010″. E quem descobriu o fenômeno teen? Seu empresário Scott Scooter Braun, como todos sabem.
E quem é o ‘cérebro’ por trás de Bieber? O próprio. No meio musical Braun é conhecido há anos, ele organizou uma festa num clube de Atlanta/Georgia desde seus anos na faculdade, (nascido na cidade de Nova Iorque, Scooter Braun cresceu em Greenwich/Connecticut) e foi um tanto quanto influenciador , ficou amigo de todos, se envolvendo nas promoções do clube para organizar festas e eventos, e sim, ele tinha talento para isso. Ele inclui Ludacris e Jermane Drupi entre seus amigos e mentores mas, ele está ligado a grandes nomes da música, deve ter cerca de uma dúzia de pessoas que consideram Braun como irmão.
O que provavelmente essas pessoas não sabem,  é que ‘Braun o jogador’ mais conhecido como ‘Kind of the White Girls’, algo como “rei das garotas brancas’ com um artigo em um tradicional jornal de Atlanta, o Creative Loafing com uma história de título ‘A Hustla’ (Um Malandro), Braun insiste que o apelido pertence ao produtorPolow Da Don.
Um fascinante estudo sobre o sonho americano – mesmo que isso implique em fazer de um canadense, uma estrela. O The Hollywood Reporter (Billboard) conversou com Braun, que é empresário do rapper Asher Roth, sobre como ele chegou onde está e quais seus planos pro futuro.
The Hollywood Reporter: Como diz a lenda, a maioria das grandes empresas já passaram pela oportunidade de contratar Justin, será que alguma já se lamentou por perder uma oportunidade com ele?
Scooter Braun: Alguns. Como [Grupo RCA/Jive Label  CEO] o pessoal da equipe de Barry Weiss que recusou Justin mas ele nunca soube disso.  Barry fala ‘Se tivesse chegado a mim, ele teria sido meu!’ Mas há pessoas que digamos, reescreveram a história, fingindo que não ouvem se é comentado ou dizendo ‘ah não, não era ele’ ou ‘você assinou com ele antes que nós pudéssemos’. Você nunca sabe quando vai ser um sucesso e quando não. Você não vai estar certo o tempo todo. E cada pessoa tem suas próprias responsabilidades, eu fiz Justin a principal para mim, então eu vivo e respiro isso. Alguém, naquele dia teve um foco muito maior, algum superstar, sem dar foco a quem eles realmente deveriam e, com razão. Então, eu não julgo ninguém por dizer ‘não’ ao Justin. Estou muito feliz com a forma como as coisas aconteceram.
THR: Qual foi o motivo mais comum, dado a você por recusarem o Justin?
Braun: Todos diziam a mesma coisa: era muito novo e por ter sido encontrado no Youtube. “Cadê a base (experiência)? Faça um programa de TV, você não pode competir com a Disney e ou a Nickelodeon”.
THR: Então, é isso o que você faz durante a noite? Navegar peloYoutube?
Braun: Sim! (risos) Eu recebo um monte de trabalhos, então eu fico olhando eles. Acho que encontrar uma ‘estrela’ é como se apaixonar. Você quer estar no lugar certo pra que aconteça, quer esteja lá ou não. Eu e Justin brincamos que eu o perseguia e tudo mais, mas foi porque eu era completamente fascinado por ele. Eu vi algo nele que nunca tinha visto porque ele ainda não tinha chegado nesse ponto.
THR: O que você viu?
Braun: Um garoto. E eu ouvi o timbre da sua voz e vi alguns instrumentos mas era apenas um principiante. Meu instinto foi louco. Não foi algo que eu necessariamente vi, foi na verdade um sentimento que tive ao assisti-lo. É isso. Era o que eu estava procurando. Eu fiquei completamente obcecado por trabalhar com ele. E eu era capaz disso.
THR: As pessoas sempre se surpreendem ao saber que ele toca vários instrumentos, este é um dos diferenciais de Justin com relação às outras boybands?
Braun: Com certeza. E não é do tipo que só toca violão, é bateria e ele toca piano também. É um garoto muito talentoso e as pessoas se assustam ao ver o quão musical, ele realmente é. Ele dança tão bem quanto oMichael Jackson? Não, mas ele está cada vez melhor. Eu não sou o Lou Pearlman (empresário responsável pelo sucesso de ‘N Sync e Backstreet Boys mas, em 2008 foi preso por lavagem de dinheiro). Eu não queria tirar nada dos ‘N Sync e Backstreet Boys, ambos grandes talentos – ‘N Sync não era um grupo desleixado, eles tinham harmonia ao cantar- mas o Justin é uma ameaça tripla. Ele compõe, canta e dança. Ele tem um talento muito especial e eu tenho sorte de estar com ele.
THR: Como você acha que os pais dele estão encarando a fama e o sucesso?
Braun: Eles encaram de diferentes formas. Eu acho que ambos amam o filho que tem. Seu pai está no Canadá e sua mãe conosco (na maior parte do tempo). Seu pai deve sentir muita falta dele, pois se vêem pouco. E sua mãe -eu e ela já conversamos sobre isso- as vezes, reforça muito a forma tão protetora que temos que ser com ele. Com tantas pessoas falando o que querem do seu filho, criando boatos sobre todos nós e sobre como nos relacionamos uns com os outros. Às vezes, é frustrante porque só nós sabemos como realmente é. Ignoramos todas essas coisas. Mas eu acho, ela também já disse isso em entrevistas, que se sente mais segura com o Justin vivendo essa vida porque é bem estruturado e sabemos onde ele está o tempo todo. Ela sente que, se eles ainda estivessem em Stratford, ele estaria se metendo em problemas.
THR: Será que Justin tem um apego pela curta vida de uma estrela pop? Ele sabe que isso pode acabar daqui alguns anos?
Braun: Sim. O Justin não estuda as pessoas que fizeram isso. Ele estuda as pessoas que não fizeram. Ele ouve de todos os opositores que ele vai desaparecer mas, ele também costuma olhar para os “Justin Biebers” antes dele e que não chegaram a lugar algum. O sentimento real que tínhamos é que não tinha nada a ver com seu talento e sim com sua vida pessoal. Como os jovens que ficam nas drogas e destroem a própria vida. Eu acho que vendo por esse lado, ele é muito consciente disso. É um garoto esperto. Ele sabe o talento que tem. Ele percebe que quando ele crescer e se tornar um bom homem, vai saber lidar com a pressão que tiver, estando na posição que está.
THR: Aonde você vê o futuro dele?
Braun: Eu acho que ele vai conseguir encarar isso bem. Ele vai ter alguns obstáculos pelo caminho mas acho que ele será um dos bons. Estarei lá com ele. Esse garoto é um ótimo acordo, Ne-Yo disse isso numa entrevista recente. Ele disse “Aguarde por Justin em seus 19 anos. Ele vai ter um sucesso tremendo antes disso mas, mas observe-o aos 19 anos.”
THR: Você já está planejando essa etapa?
Braun: Eu estou. Amo o lugar que estamos agora e eu não acho que estamos fazendo música imaginária agora — você pode ouvirJustin Bieber como um adulto e ficar, tipo, “Nossa, isso é bom!” — mas eu estou planejando o futuro dele com 19 porque as pessoas vão vê-lo como um adulto e terão que prestar atenção e rever seu som antigo. As pessoas esquecem que Michael Jackson foi considerado feito após seus 5 anos. Quando Off The Wall estava prestes a ser lançado, ninguém mais esperava que fosse um sucesso. Mas ele mudou o mundo. E como Michael, Elvis, Usher, Timberlake, Justin tem uma tremenda quantidade de talento. E enquanto ele é capaz de manter uma vida pessoal saudável, você não pode negar talento e você não pode negar boa música. E esperançosamente ele crescerá sendo um cara de boa aparência e as garotas continuaram sendo malucas por ele.
THR: O My Worlds Acoustic será lançado sexta-feira, quais são as suas expectativas?
 Braun: Nós não esperamos que seja um grande Nº 1. Não foi por isso que o fizemos. Nós o estamos lançando exclusivamente no Wal-Mart porque é um presente para os seus fãs. Ele se sentiu tipo, “Vamos fazer um álbum acústico onde eu possa tocar meus próprios instrumentos, produzido por vocês pessoal e onde eu possa cantar um pouquinho diferente.” Ele começou tocando instrumentos em troca de dinheiro nas ruas de Stratford. Então ele quis fazer um álbum que meio que lembrasse as coisas do passado. Eu espero que seja algo que venda 1 milhão numa semana? Não. Nós estamos sendo bastante conservadores porque nós não temos nada nesse álbum que mandaremos para as rádios, mas eu também acho que se alguém da organização do Grammy parar para ouvi-lo, eles vão entender que não devem tirá-lo da lista. Ele é o músico real do negócio.
THR: Entretanto, não parece algo impossível Justin ter números tipo Taylor Swift durante seu caminho…
Braun: Nós só queremos controlar as expectativas. Nós gostamos de ser os azarados. Eu estava na Interscope e [vice-presidente, Interscope Geffen A&M RecordsSteve Berman, que controla a gravadora estava tipo, ”Você sabe, Scooter, esses números da Taylor, eles deveriam ser sua meta para o próximo álbum.” E eu disse, “Eu não preciso vender um milhão numa semana. Eu estou bem vendendo três milhões durante um ano.”
THR: Qual é a sua filosofia de auto-promoção?
Braun: Minha filosofia é se você vai ser conhecido por alguma coisa, tenha certeza que você será conhecido pela coisa certa. Tipo antes de toda as coisas na área da música, quando eu era somente um promotor de festas, muitos reality shows me foram oferecidos e eu não queria ser conhecido por isso. Então eu recusei todas as propostas. E nos últimos dois anos, com todas essas mudanças, a mesma coisa está acontecendo — “Venha fazer esse realitu show, faça isso…” Eu quero ser conhecido pelo o que eu faço, que é trabalhar para outras pessoas. Muito poder para o cara que quer ser conhecido pelos paparazzis por estar namorandoBritney Spears, pois essas são as pessoas que querem ser conhecidas por serem idiotas. Então existem pessoas que eu admiro, tipo Jeffrey Katzenberg, David Geffen, Barry Diller e Steven Spielberg, esses são os meus heróis. As pessoas comuns não sabem quem eles são, mas eu sei.
THR: A trajetória de sua carreira foi planejada?
 Braun: O que me controla é a expectativa que os outros colocam em mim. Se ninguém achasse que eu fosse capaz de fazer isso, eu provavelmente estaria assistindo filmes e comendo muito sorvete. Eu sinto como se tivesse essa criança gordinha dentro de mim que quer assistir filmes e comer sorvete e então isso meio que me guia para o próximo passo. Eu ainda olho para mim mesmo como o garoto de 19 anos em Atlanta tentando provar para todo mundo do que eu sou capaz, tipo, de que eu sei do que estou falando.
THR:  De onde essa vontade de provar algo veio?
Braun: Algumas vezes é somente o medo de magoar as pessoas e o medo de ser um fracassado. As vezes é pura curiosidade. Do que eu sou capaz? Outras vezes é a competitividade e as pessoas dizendo que você não consegue fazer isso. Isso sempre me faz continuar. Quando as pessoas me dizem, “Você não pode fazer isso,” que é honestamente a coisa errada que elas devem dizer para mim. Se você me disser que eu não posso fazer algo, isso me enlouquece. E acho que uma grande parte disso é dos meus avós, eles são sobreviventes do Holocausto e estavam presentes nos campos de concentração — meu avô é de Dachau, minha avó de Auschwitz — e então meu pai era um refugiado nesse país e ele basicamente se virou sozinho enquanto sua mãe trabalhava numa loja de doces por 15 anos. Ele saiu do Queens e se tornou um homem bem sucedido. E eu fui a primeira geração que cresceu rica, mas eu tinha vergonha. Eu realmente não queria que o meu legado fosse ‘o garoto que conseguiu tudo por causa da herança’. Eu não queria dizer para as minhas crianças que eu havia herdado todo o dinheiro e ido para a faculdade. Eu queria fazer a minha própria história.
THR: Qual foi a primeira música que você ouviu ou comprou?
Braun: Honestamente, a primeira coisa que eu lembro é Michael Jackson. Meus pais têm vídeos de mim com 2 anos de idade dançando Micahel Jackson . Mas eu memorizei “We Didn’t Start the Fire”, de Billy Joel. Pra mim não tinha um gênero. Era desde Motown para Allman Brothers para Dave Matthews Band para Bob Dylan atéBiggie. Meu pai tocava ópera em casa. Então fui exposto a um pouco de tudo, menos a country. E eu costumava dizer que gostava de tudo menos de country. Agora eu amo country! Sou um grande fã de Zac Brown.
THR: E seu primeiro show?
Braun: Foi da turnê Bad, de Michael Jackson. Eu tinha 5 anos de idade. Eu passei a minha vida inteira achando que esse show tinha sido no Madison Square Garden, mas na verdade foi em Hartford, onde a turnê de Justin começou. É uma história engraçada: ele fez o show e L.A Reid [Presidente da gravadora Island Def Jam] e todo mundo estava me falando que eles não viam emoção como aquela desde Michael Jackson. Ele realmente arrebentou naquele primeiro show, foi uma noite realmente especial. E no dia seguinte, meu pai me ligou e disse: “Foi muito especial estar lá naquele lugar.” Acontece que ele me levou lá pra ver Michael Jackson há 20 anos atrás. Isso era meio surreal, então eu mandei meu assistente em uma missão para me conseguir um canhoto do ingresso de Justin e um ingresso impresso do show de Michael e colocá-los em uma moldura juntos. 
THR: O que você acha que é o maior problema da indústria musical neste momento?
Braun: A falta de compreensão de que não somos mais a indústria da música. Somos a indústria da mídia. Nós somos uma indústria onde a música, as canções e as estrelas são os condutores, porém no final do dia temos que estar dispostos a nos abrir para diferentes fluxos de rendas. 
THR: Mesma pergunta, porém com as grandes gravadoras.
Braun: Elas são construídas em uma estrutura que ainda é baseada em um negócio fracassado. Porém, Doug Morris é uma lenda e o que ele fez é incrível, e eu acho que há grandes novas lideranças com Lucian Grainge[Diretor Executivo da Universal Music Group], mas ele tem um trabalho duro pela frente. Você vê os movimentos que Lyor Cohen [Presidente e Diretor Executivo da Warner Music Group] está fazendo e ele é muito capaz.Barry Weiss é um cara brilhante que também não gosta de perder. Há bons líderes por aí e eu acho que eles estão indo na direção certa.
THR: Como você ganhou seu apelido?
Braun: De várias maneiras. Na primeira série, fui a uma festa de aniversário e o cara do balão mágico me chamou de Scooter. Eu odiei isso. E meu irmão descobriu isso e continuou me chamando de Scooter. Ele também pensou que um peixe scooter era um peixe com lábios grandes e eu tinha lábios grandes. Eu também odiei isso.  Era meu ano como estudante do 2º ano no colégio, eu comecei meu primeiro jogo de basquete e meu irmão estava lá com todos meus amigos segurando cartazes que diziam “Ride the Scooter to Victory!” [algo como "Dirija Scooter à vitória," já que Scooter é uma moto]. E todos os meus amigos estavam gritando “Scooo-ter.” Era como um apelido no colegial. Eu era o presidente de classe e fui apresentado como Scott “Scooter” Braun. Aí quando fui pra faculdade [na Universidade Emory], um dos meus amigos me desafiou a me apresentar como Scooter na reunião dos calouros e convencer as pessoas que esse era meu nome de verdade, por 100 dólares. Então eu fiz isso e quando eu comecei a dar festas na faculdade, as pessoas me conheciam como Scooter. 
THR: Quem ainda te chama de Scott?
Braun: Minha mãe e alguns parentes. A maioria das outras pessoas me chamam de Scooter. Eu nunca me senti como Scott. Sempre achei que meus pais me deram o nome errado. Sempre sentia como me chamasse Zack Morris, não sei porque. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário